terça-feira, 5 de agosto de 2014

ONDE ERROU O NOVO



  Sem que seja necessário fazermos juízo de valor das pessoas que se envolveram no empreendimento da candidatura de Hélio Fortunato, e muito menos contestar 8.828 votos recebidos pelo “candidato novo”, a nossa observação é do ponto de vista prático no Estado democrático de direito. Passado mais de ano e meio de gestão percebe-se que não passou de proselitismo demagógico o discurso em que se propôs à comunidade um governo democrático e transparente, que respeitaria sem distinção o direito de todos, visando extirpar o personalismo e o tráfico de influência na gestão dos recursos públicos de Cândido Sales-BA.
  Nas reuniões realizadas pelo PSB e aliados juto às classes profissionais, e à sociedade civil organizada, eram no sentido de estabelecer “pactos morais” de modo a garantir o funcionamento adequado das instituições da cidade. Legisladores do município que gozavam de alguma credibilidade da população, uns mais que outros, encabeçaram-se na propaganda favorável ao nome do Sr. Hélio Fortunato para estar à frente deste que seria um projeto revolucionário e determinante na vida dos cidadãos candidosalenses, segundo esses propagandistas, o governo de “helinho” iria possibilitar a realização do Orçamento Participativo e um amplo debate com a sociedade de modo a estimular a efetiva participação na vida pública do município, propostas estas que foram resumidas em folder de campanha e apresentadas à Justiça Eleitoral na ocasião do registro de candidatura. Até o presente momento, quase nenhum ponto, deste plano, salve os atrelados ao cronograma do governo federal, foram realizados.   
  A frustração da população com o atual governo está justamente no contraste existente entre o que foi comprometido e o que está sendo posto em prática. O projeto do novo, durante campanha, apresentou-se como alternativa aos modelos “arcaicos” que prevaleceram até ali, onde as garantias individuais não eram asseguradas por políticos “ditadores”, essa foi a retórica de todos que pediam voto para aquele que representou a esperança de mais de 8.000 pessoas, na época, portando-se como paladino da moralidade o atual prefeito surfou sobre o fato de poder participar da política como “ficha-limpa”, até mesmo a publicidade em massa despejada em todo território nacional através da TV (Lei da Ficha Limpa – TSE), foi capitalizada a favor da candidatura do professor Hélio em nosso município, por ser coerente com o simbolismo que representava a candidatura do humilde professor.
  Por não responder com ações coerentes ao que foi comprometido durante campanha quando convenceu 8.828 candidosalenses a depositar-lhe o voto de confiança, as lideranças atacadas durante a campanha de Hélio pelos seus métodos “velhos” de fazer política, hoje despontam com a disposição para o debate cuja postura adotada pelo atual governo desde 01 de Janeiro de 2013, não o respalda para contestar as críticas e denuncias que recebem dia-a-dia, simplesmente pela constatação da ineficiência administrativa pelas próprias pessoas que dia após dia tem seus direitos negados e insumos pagos por impostos, que deveriam ser repassados para a população com base em leis e políticas públicas específicas não ocorrem na gestão municipal, inclusive, não é à toa que a justiça julgou procedente em duas ocasiões a iniciativa do poder legislativo municipal de abrir CPI contra a atual gestão sobre fatos que envolvem desvios irregulares de recursos da saúde e educação e suspeita de processos licitatórios fraudulentos, a CEI já ouvia a maioria dos envolvidos, possuem provas materiais e segue para consolidação do relatório final para posterior votação no plenário.   
  A dificuldade da atual gestão colocar em prática os pontos do seu plano governo se dá também pela ausência de estrutura administrativa compatível com os propósitos do plano, pois isso só é possível através da meritocracia para o exercício do cargo público e do comprometimento dos gestores de cada pasta com os resultados de um planejamento eficiente e que fosse claro para todas as pessoas. No século XXI, sabe-se das possibilidades de progresso que nos oferece as instituições do Brasil e nenhum brasileiro de bom senso abrirá mão do que é seu para relegar ao sonho de consumo e poder de uma meia dúzia de pessoas.


      

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