quarta-feira, 10 de julho de 2019

LIDERANÇA E POLÍTICA

Não se é líder de si mesmo, do contrário, de que valeria essa liderança? Todos os movimentos civilizatórios desde os mais remotos aos contemporâneos não surgiram do acaso, tiveram fundamentos iniciais e pessoas pioneiras as quais deram o primeiro passo numa determinada corrente de pensamento e ação.


Lideranças mais antigas influenciam os mais jovens, esses por sua vez, dão continuidade às ideias dos que tiveram a iniciativa primeira. Assim como a realidade não passa a existir apenas quando surgimos no mundo, os movimentos sociais e políticos, mesmo com a renovação contínua e necessária não deve abrir mão dos fundamentos iniciais, uma árvore não se sustenta sem raiz e um broto sequer chega a existir nessas circunstâncias.

Numa realidade em que a democracia é de baixa intensidade a tendência de polarização é muito maior, justamente, por esta razão qualquer projeto político que se pretende “novo”, ignorando as origens e as lideranças precursoras, estará fortemente sujeito ao fracasso. Nessas circunstâncias em que se ignora a própria raiz, se fortalece os principais adversários.

A renovação política deve ocorrer antes nas ideias e propósitos que na mudança de atores, sempre que tentarmos resetar a história seremos surpreendidos pelos fragmentos desta que estará impregnado nos sujeitos de diferentes idades que formam o povo. Em se tratando de um Estado de direito em que a sua compreensão no senso comum é rarefeita, a legitimidade dos pleitos aventureiros pode ser facilmente contestada.  

Na batalha democrática e no exercício do direito político no Brasil cujo processo de redemocratização soma apenas três décadas, compreender o papel das lideranças e a influência que exercem sobre as pessoas deve ser a primeira atitude de empreendimentos que se propõem a favor do interesse coletivo a partir das possibilidades do Estado de direito.

Quando se ignora tal conjuntura coloca-se em risco o interesse de todo um grupo de pessoas que se reúnem em torno de valores, anseios, desejos e visão de mundo. Esse axioma se aplica a todas as Unidades da Federação: Municípios, Estados e União e se não for levado em conta, sempre resultará em divisão e enfraquecimento do grupo político.

Velhinhos, jovens e crianças, além dos seres humanos adultos carregam em si, uns mais que os outros, os valores acumulados ao longo da vida, inclusive, os relacionados ao exercício da cidadania e democracia. Por isso mesmo, é grande a responsabilidade dos que se entremeiam no interesse púbico, se a ambição que o motiva se limitar à satisfação da conveniência de poucos, dificilmente, será instrumento de progresso de uma comunidade.  

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