Em
1988 no Brasil promulgou-se a constituição vigente que deveria ser o Contrato Social
pelo qual os brasileiros orientariam a vida em sociedade, daquele 05 de Outubro
em diante, com a redemocratização do país ficou determinado que todos são
iguais perante a lei.
A
frágil democracia brasileira sofreu forte ataque em 2016 quando a vontade da
maioria não foi respeitada e os 54% dos votos que elegeram Dilma Rousseff não
foram levados em conta ao retirarem a presidenta eleita do cargo sem crime de
responsabilidade, assumindo o vice traidor Michel Temer numa demonstração de
grande fisiologismo do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal – STF.
Desse
momento em diante quando a segurança jurídica do país ficou comprometida,
passou-se a por em prática no Brasil uma agenda neoliberal e antipovo que
beneficia apenas a elite do país que extrai seus rendimentos dos juros da
dívida pública brasileira. Neste ínterim, a perseguição a partidos e lideranças
políticas que defendem as classes populares intensificou, culminando com a
prisão do operário ex-presidente da República Federativa do Brasil por 02 vezes
Luiz Inácio Lula da Silva, através de processo fraudulento conduzido por um
juiz parcial motivado por interesses escusos sem obedecer ao devido processo
legal.
A
perseguição diária dos veículos da grande mídia ao segmento social que não
concorda com as reformas neoliberais que descaracterizam o Estado de direito no
Brasil resultou em desinformação e acumulo de ódio em parcela da população com
relação à política e às instituições democráticas do país. Essa percepção
social abriu flanco para a interferência de agentes políticos veteranos de
extrema direita que, com um discurso conservador e antidemocrático se
autoproclamou representante de uma nova política.
Indivíduos
cuja percepção sobre a vida em sociedade não avançou do nível primário de
civilidade, por sua vez, sentiram-se autorizados a perpetrar ataques de toda
ordem aos que pensassem e agisse diferente, contrariando cláusula pétrea da
Constituição de 1988 que estabelece em seu Art. 5º que todos são iguais perante
a Lei no Brasil.
Por
sua vez, Jair Messias Bolsonaro, político veterano pertencente ao baixo clero
do parlamento nacional, após ter passado por diversos partidos políticos ao
longo dos seus quase 30 anos de congresso e homenagear torturador da ditadura
durante o seu voto para a retirada de Dilma, agora se apresentava como uma
alternativa aos que procuravam uma “nova política” em meio aos escândalos de
corrupção noticiados diariamente no país.
Com
a retirada ilegal do governo eleito em 2014 e ascensão dos representantes da
elite financeira ao Planalto Nacional em 2016, a desconstrução dos direitos sociais
dos brasileiros teve início com a Reforma Trabalhista que precarizou a relação
de trabalho e em seguida com a Emenda Constitucional 95 que limitou teto de
investimento em serviços como saúde e educação, o que colapsou ainda mais políticas
públicas essenciais como o Sistema Único de Saúde e reduziu significativamente os
investimentos públicos na Assistência Social.
O
clima de ódio e a demonização da política viabilizaram a eleição de Bolsonaro
em 2018 numa disputa extremamente polarizada onde o ex-capitão que aposentou
aos 33 anos nas Forças Armadas do Brasil foi elevado ao cargo de Presidente da
República com 1/3 dos votos de eleitores que compareceram às urnas no 2º turno
da eleição. O ex-deputado que se elegeu prometendo mudanças na relação com o
Congresso Nacional, acabando com o “toma lá dá cá” que caracteriza a
articulação da presidência na construção de governabilidade, após 06 meses de
governo não conseguiu apresentar soluções para a economia do país que acumula recorde
de desemprego e os indicadores apontam para recessão, ou seja, crescimento
negativo.
O
governo Bolsonaro destruiu políticas públicas estruturantes como as
relacionadas à Agricultura Familiar, aos Índios, Negros e LGBT. Liberou
centenas de Agrotóxicos proibidos mundialmente e ameaça entregar a Floresta
Amazônica aos interesses especulativos do Agronegócio brasileiro o que tem
estremecido as relações comerciais do Brasil com países que estão comprometidos
com a preservação do Meio Ambiente.
Mais
recentemente, o governo de extrema direita conseguiu aprovar a primeira etapa
da Reforma da Previdência liberando R$ 40.000.000,00 para cada deputado que
votou no projeto apresentado por Paulo Guedes. A Emenda Constitucional N. 06 desconstitui a seguridade social dos brasileiros como
estabelecido no texto constitucional de 1988, levando o país a perspectivas
ainda piores, principalmente, para a Classe Média e os Pobres.
Ao
romper com a normalidade democrática, as forças rentistas mergulharam o Brasil
no obscurantismo e, sem perceber, alguns cidadãos, inclusive das classes
populares apoiam a derrocada do próprio país, onde o governo insiste em
destruir as principais Empresas Públicas e vendê-las a preço de banana para o
capital estrangeiro. Enquanto isso o presidente de extrema de direita alimenta
a plateia com frases de efeito e disseminação do ódio entre os brasileiros.
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