quarta-feira, 16 de setembro de 2015

NÓS CONSTRUÍMOS O FUTURO

O Brasil na condição de Estado democrático de direito oferece aos cidadãos os mecanismos necessários para interferirem na realidade social através da participação.

Essa participação que é direito dos brasileiros ocorre inicialmente através do voto onde é possível escolher os representantes do Executivo e Legislativo nas três esferas de governo e, posteriormente, a participação continua através do controle social que o cidadão deve exercer ao longo do mandato do político eleito.  

O fato de sermos brasileiros nas cidades remete ao ente federado a responsabilidade de assegurar os direitos previstos no texto constitucional a partir do município e para isso, são dadas as condições institucionais para que sociedade e governo construam perspectivas favoráveis.

A legislação do país assegura instrumentos que se utilizados corretamente pela sociedade seria possível construir um futuro melhor em qualquer Território Municipal, haja vista que, em qualquer realidade onde se aplica instrumentos racionais de gestão, necessariamente, algum resultado deve aparecer, saindo de uma situação inicial para outra.

Os cidadãos é que são os construtores dos seus próprios destinos, a eles são dadas condições institucionais para não aceitarem uma realidade sob a falsa perspectiva do determinismo de qualquer natureza. Não podemos culpar a ferramenta pelo seu uso inadequado.

Os fundamentos do Estado de direito por si só, sem serem trazidos para realidade prática e cotidiana das pessoas não serão capazes de assegurar qualidade de vida na cidade. Somente com a participação realista do cidadão é possível construir um futuro previsível.

À medida que as pessoas se distanciam das diversas instâncias de participação e criminalizam a política, entregam o destino coletivo a pessoas que, em muitos casos, não estão interessadas em contribuir positivamente para o futuro.

Isso ocorre quando, por exemplo, as pessoas deixam de participar de uma conferência pública, ou o que é pior, quando os próprios conselheiros de políticas públicas não demonstram interesse em participar e contribuir através da função indispensável que ocupam.

Esse faz de conta quanto ao funcionamento dos mecanismos da burocracia estatal, sem considerar o interesse público de médio e logo prazos é que faz com que várias gerações vivenciem os mesmos problemas sociais em uma determinada cidade, numa estagnação total.

Não é correto o raciocínio onde se entende a coisa pública como coisa de ninguém, quando tiramos vantagens imediatas apoiando irregularidades, ou se omitindo no controle social, estamos prejudicando o futuro do lugar.

Se os serviços públicos da cidade funcionam sem planejamento e gestão é necessário perguntar por que a sociedade aceita tal situação, afinal, existem mecanismos legais que asseguram o bom funcionamento da coisa pública.

É necessário conhecer qual é o nível de politização e cidadania das pessoas da cidade, e compreender a implicação disso no funcionamento adequado das instituições.

A necessidade de as pessoas obterem renda em realidades onde o poder público é a única alternativa de salário submete os indivíduos ao constrangimento da não participação e omissão. Ao não compreender a implicação das suas ações no futuro, o cidadão aceita qualquer coisa para poder alimentar as suas necessidades no curto prazo.

A compreensão equivocada de que um governo público é como um carrossel de parque de diversões onde se aguarda a vez para brincar, é que faz com que projetos aberrantes de poder se perpetuem em determinadas realidades sociais do Brasil.

A sociedade tem uma imensa parcela de culpa, e ainda não está sendo capaz de perceber isso, neste momento político pelo qual passamos, onde existe uma dissintonia entre os brasileiros e suas próprias instituições.

Mas os verdadeiros culpados são os maus políticos, que ousam adentrar à coisa pública no intuito de se perpetuarem no poder através do empreguismo ilegal, tráfico de influência e fazendo favor com a mão do Estado.

As pessoas que estão na política por outras motivações, que não são as republicanas, preferem fazer do conjunto das instituições locais aparate para a sustentação dos seus vícios pessoais e tara pelo poder, ao invés de instrumentos para construção de um futuro melhor para o lugar.

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