segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

GESTÃO DE CONVÊNIO: MINISTÉRIO DO TURISMO

A gestão de convênios é fundamental para o desenvolvimento da infraestrutura em cidades que dependem, exclusivamente, das transferências constitucionais, por isso mesmo, o movimento cidade nossa traz ao seu conhecimento informações sobre a gestão dos convênios do município de Cândido Sales-BA.

Essas informações foram extraídas do Portal da Transparência e retratam as deficiências do município quanto à gestão e execução dos CONVÊNIOS FIRMADOS com os diversos órgãos federais, principalmente, os voltados à infraestrutura que são prejudicados pela ausência de projetos e a incapacidade de realizar as obras das empresas que vencem a licitação.

Partindo do princípio constitucional em que todos são iguais perante a Lei no Brasil, é necessário reconhecer essas características da GESTÃO PÚBLICA local que prejudicam a população. Acreditando que somos brasileiros nas cidades, logo, devemos ter direitos assegurados nestas, entendemos ser fundamental conhecer como os recursos da cidade são administrados.

Somente com o Ministério do Turismo o município conseguiu somar R$ 2.502.421,30 em convênios que tiveram as datas do inicio da vigência entre os anos 2007 e 2011. A maior parte dos convênios realizados no período foi para a realização dos tradicionais festejos de São João que acontece no município todo ano no mês de Junho.

A festa de São João do município de Cândido Sales-BA recebeu recursos do Ministério do Turismo até 17/05/2011, data da última liberação de recursos do ministério para este fim, após esta data o município não conseguiu firmar convênios com o órgão federal para festejos juninos, sendo a última tentativa de convênio anulada pelo órgão competente.

A interrupção do financiamento dos festejos juninos de nossa cidade pelo Ministério do Turismo se deu por conta da má gestão dos convênios. O município conseguiu obter R$ 350.000,00 em 03/10/2008 para a realização do São João daquele ano, o maior valor alcançado por meio de convênios com o Ministério do Turismo, o gestor do período não conseguiu prestar contas do valor investido.

Em 2011, a gestão municipal tentou inovar quanto à programação dos festejos que ocorrem na cidade entre 24 de Junho e 05 de Julho, delimitando o espaço entre festa junina e “festival de inverno”, neste mesmo ano, o município firmou 02 convênios diferentes com o Ministério do Turismo, um para financiar o São João (740825) e outro para o Festival de Inverno (741703), os convênios somados totalizaram R$ 210.000,00 que foram repassados ao município integralmente em 17/05 daquele ano.

Desde 2012 o tradicional São João do município de Cândido Sales-BA não recebe financiamento do principal órgão de TURISMO no Brasil em decorrência das trapalhadas e falta de transparência dos gestores municipais do período.

Desse modo, não adianta afirmar que nada funciona na cidade, se não reconhecemos as verdadeiras causas do não funcionamento que são os maus políticos, e ignoramos como os recursos públicos estão sendo gastos no dia-a-dia do município, por exemplo, em 04 anos, somente para a realização de festas no mês de Junho, o município de Cândido Sales-BA recebeu R$ 630.000,00 do Ministério do Turismo, estamos fiscalizando esses recursos?

Dois importantes projetos que já deveriam ter sido entregues à população também são objetos de convênio com o Ministério do Turismo, sendo eles a implantação do CENTRO DE CULTURA e a INFRAESTRUTURA TURÍSTICA na praça e lago do Bairro Lagoinha.

Ambos os projetos estão atrasados e a infraestrutura da lagoa, obra que segundo o edital de licitação deveria ser realizada em 06 meses, acumula 1.114 dias de atraso da primeira data prevista para o término da obra. Tanto o centro de cultura como a infraestrutura turística do lago tiveram problemas relacionados à sua execução da parte das empresas que venceram a licitação, o que atesta irregularidades no processo licitatório.

O valor do Centro de Cultura corresponde a 39% do valor de todos os convênios firmados pela Prefeitura Municipal de Cândido Sales-BA com o Ministério do Turismo entre 2007 e 2011. O convênio 763261 foi no valor de R$ 975.000,00 e já foram liberados R$ 132.600,00 para a implantação do Centro de Cultura. A obra deveria ser executada em 240 dias após o seu início que ocorreu em 2013, primeiro ano do atual governo.

A falta de compromisso dos maus gestores com a legalidade permite que empresas fictícias vençam pleitos licitatórios sem darem nenhuma garantia de que serão capazes de entregar no prazo certo o objeto licitado, o resultado disso é que recursos são desperdiçados com as obras que são iniciadas e em seguida deixadas pelo caminho como é o caso do Centro de Cultura.

Já no caso da infraestrutura da praça da lagoa, objeto do convênio 746025 a empresa que venceu a licitação não abandonou o contrato, mesmo não realizando o objeto contratado, nesses mais de 1.100 dias de atraso, a prefeitura municipal concordou com a maneira com a qual a obra vem sendo conduzida, inclusive, o prefeito aditou o contrato com a empresa, não exigindo desta, esclarecimentos quanto ao atraso.

O objeto do convênio 746025 é carregado de controvérsias que podem ser melhor compreendidas por meio do texto: Os 8 erros da obra da lagoa, por exemplo, na justificativa apresentada pelo município ao Ministério para a obtenção do financiamento, dá a entender, que já existia uma praça na paisagem natural da lagoa.

Outro aspecto que desperta atenção quanto à obra da lagoa é o valor do projeto, que é inferior ao recurso conveniado para o Centro de Cultura, mesmo se tratando de uma obra muito mais complexa. São R$ 585.000,00 o valor do convênio, valor que não seria o suficiente nem mesmo para indenizar os proprietários da área, que doaram para a prefeitura mesmo não tendo garantias de que o projeto será plenamente realizado.

O Ministério do Turismo já liberou 54,65% do valor conveniado com o município de Cândido Sales-BA entre 2007 e 2011, os outros R$ 1.134.900,00 que restam não foram liberados em decorrência de atrasos e pela falta de garantias de que a obra será entregue da parte da prefeitura municipal e das empresas contratadas.

Se a cidade não desenvolve a sua infraestrutura não será capaz de oferece boas perspectivas para quem vive nela, desse modo, não é racional aceitar que os recursos do município sejam conduzidos por pessoas que não estão comprometidas em aplicar corretamente e no prazo certo os recursos destinados à construção de espaços que deveriam promover a civilidade e a cultura. Não é vantajoso para a população ter à frente da coisa pública pessoas que não estão comprometidas com o interesse coletivo.

Desse modo, é necessário entender que o desenvolvimento local também depende da nossa ação política de cobrar e participar no Estado de direito, e a expressão “tudo aqui é política” usada de maneira pejorativa, não deve afastar as pessoas de bem da cobrança e do acompanhamento da aplicação dos recursos de impostos na cidade, onde vivemos. 

Fonte: Portal da Transparência 
www.portaltransparencia.gov.br/

Nenhum comentário:

Postar um comentário