Sem que seja necessário fazermos
juízo de valor das pessoas que se envolveram no empreendimento da candidatura
de Hélio Fortunato, e muito menos contestar 8.828 votos recebidos pelo “candidato
novo”, a nossa observação é do ponto de vista prático no Estado democrático de
direito. Passado mais de ano e meio de gestão percebe-se que não passou de
proselitismo demagógico o discurso em que se propôs à comunidade um governo
democrático e transparente, que respeitaria sem distinção o direito de todos,
visando extirpar o personalismo e o tráfico de influência na gestão dos
recursos públicos de Cândido Sales-BA.
Nas reuniões realizadas pelo PSB
e aliados juto às classes profissionais, e à sociedade civil organizada, eram
no sentido de estabelecer “pactos morais” de modo a garantir o funcionamento
adequado das instituições da cidade. Legisladores do município que gozavam de
alguma credibilidade da população, uns mais que outros, encabeçaram-se na
propaganda favorável ao nome do Sr. Hélio Fortunato para estar à frente deste
que seria um projeto revolucionário e determinante na vida dos cidadãos
candidosalenses, segundo esses propagandistas, o governo de “helinho” iria
possibilitar a realização do Orçamento Participativo e um amplo debate com a
sociedade de modo a estimular a efetiva participação na vida pública do
município, propostas estas que foram resumidas em folder de campanha e
apresentadas à Justiça Eleitoral na ocasião do registro de candidatura. Até o
presente momento, quase nenhum ponto, deste plano, salve os atrelados ao
cronograma do governo federal, foram realizados.
A frustração da população com o atual
governo está justamente no contraste existente entre o que foi comprometido e o
que está sendo posto em prática. O projeto do novo, durante campanha,
apresentou-se como alternativa aos modelos “arcaicos” que prevaleceram até ali,
onde as garantias individuais não eram asseguradas por políticos “ditadores”,
essa foi a retórica de todos que pediam voto para aquele que representou a
esperança de mais de 8.000 pessoas, na época, portando-se como paladino da
moralidade o atual prefeito surfou sobre o fato de poder participar da política
como “ficha-limpa”, até mesmo a publicidade em massa despejada em todo
território nacional através da TV (Lei da Ficha Limpa – TSE), foi capitalizada
a favor da candidatura do professor Hélio em nosso município, por ser coerente
com o simbolismo que representava a candidatura do humilde professor.
Por não responder com ações
coerentes ao que foi comprometido durante campanha quando convenceu 8.828
candidosalenses a depositar-lhe o voto de confiança, as lideranças atacadas
durante a campanha de Hélio pelos seus métodos “velhos” de fazer política, hoje
despontam com a disposição para o debate cuja postura adotada pelo atual
governo desde 01 de Janeiro de 2013, não o respalda para contestar as críticas
e denuncias que recebem dia-a-dia, simplesmente pela constatação da
ineficiência administrativa pelas próprias pessoas que dia após dia tem seus
direitos negados e insumos pagos por impostos, que deveriam ser repassados para
a população com base em leis e políticas públicas específicas não ocorrem na
gestão municipal, inclusive, não é à toa que a justiça julgou procedente em
duas ocasiões a iniciativa do poder legislativo municipal de abrir CPI contra a
atual gestão sobre fatos que envolvem desvios irregulares de recursos da saúde
e educação e suspeita de processos licitatórios fraudulentos, a CEI já ouvia a
maioria dos envolvidos, possuem provas materiais e segue para consolidação do
relatório final para posterior votação no plenário.
A dificuldade da atual gestão colocar em prática os pontos do seu plano governo se dá também pela ausência de estrutura administrativa compatível com os propósitos do plano, pois isso só é possível através da meritocracia para o exercício do cargo público e do comprometimento dos gestores de cada pasta com os resultados de um planejamento eficiente e que fosse claro para todas as pessoas. No século XXI, sabe-se das possibilidades de progresso que nos oferece as instituições do Brasil e nenhum brasileiro de bom senso abrirá mão do que é seu para relegar ao sonho de consumo e poder de uma meia dúzia de pessoas.
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