sábado, 27 de julho de 2019

EXTREMA DIREITA NO SUDOESTE BAIANO: EPISÓDIO DE 23 DE JULHO DE 2019.

O convite feito pelo governador da Bahia, político do PT, ao respeitar o republicanismo inerente às sociedades democráticas, orientada pela Constituição de 1988, foi o estopim da bomba para que os extremistas de direita tupiniquim: bolsonaristas e moristas do Sudoeste baiano mostrassem a sanha que acumulam contra a região que disse não ao obscurantismo.


A atitude violenta do presidente da República legitimou a ação de minorias raivosas que, mesmo vivendo na região de maior impacto positivo das políticas públicas dos governos populares, insistem em demonizar a participação política e acharem que o Brasil com suas riquezas é para poucos.

A pouco mais de 1 ano das Eleições Municipais, a atuação da extrema-direita em Vitória da Conquista foi avassaladora e conseguiu constranger lideranças populares, parlamentares e o próprio governo do Partido dos Trabalhadores no Estado da Bahia. Essa atitude oportunista dos que venceram a eleição presidencial em 2018 revelou fissuras na barreira progressista que a região demonstrou ser durante as últimas Eleições Gerais. O efeito surpresa da Inauguração do Aeroporto Glauber Rocha demonstrou a fragilidade da maioria obtida por Rui Costa durante o processo eleitoral.

Alimentados diariamente pelas informações da Rede Globo, os mais de Um Milhão de moradores do Sudoeste da Bahia estão suscetíveis às armações da mídia hegemônica e são facilmente influenciados pela narrativa imposta. E a falta de uma contranarrativa que esclareça, diariamente, o papel da Emissora inimiga de Lula no processo de perpetuação da desigualdade no Brasil coloca em risco as sementes progressistas que vêm sendo plantadas na região.

Radicalização democrática e empoderamento do povo é a maneira de se proteger contra os que se valem da pós-verdade para se estabelecerem na política. Assistencialismo, personalismo e o distanciamento do cidadão comum do protagonismo nas várias instituições do Estado, serve apenas para facilitar a ação dos que se valem do medo e da dúvida para atingirem os seus objetivos.

Subestimar o inimigo é sempre a principal causa das derrotas de fronteiras, aparentemente, intransponíveis. Ignorar o impacto da narrativa imposta diariamente e sacrificar o fortalecimento do segmento que resiste em nome da “governabilidade” é uma atitude, no mínimo, irresponsável das lideranças que ascenderam às instituições do Estado em nome das forças populares da região.

Os projetos eleitorais de Curto e Médio prazo do campo progressista na Região Sudoeste precisam estar devidamente posicionados diante do momento que o Brasil vivencia onde o obscurantismo assegura o avanço do neoliberalismo radical neste que é um dos países mais desiguais do Mundo. Adoecidos pela Rede Globo, mesmo os brasileiros desta região são presas fáceis da narrativa fluida e venenosa dos meios de comunicação da Grande Mídia, onde lugar de pobre é na favela e de negros é na senzala. Cada indivíduo que compareceu no ato de 23 de Julho em Vitória da Conquista representa a capacidade de convencimento do obscurantismo.

segunda-feira, 15 de julho de 2019

RUPTURA DEMOCRÁTICA E OBSCURANTISMO

Em 1988 no Brasil promulgou-se a constituição vigente que deveria ser o Contrato Social pelo qual os brasileiros orientariam a vida em sociedade, daquele 05 de Outubro em diante, com a redemocratização do país ficou determinado que todos são iguais perante a lei.


A frágil democracia brasileira sofreu forte ataque em 2016 quando a vontade da maioria não foi respeitada e os 54% dos votos que elegeram Dilma Rousseff não foram levados em conta ao retirarem a presidenta eleita do cargo sem crime de responsabilidade, assumindo o vice traidor Michel Temer numa demonstração de grande fisiologismo do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal – STF.

Desse momento em diante quando a segurança jurídica do país ficou comprometida, passou-se a por em prática no Brasil uma agenda neoliberal e antipovo que beneficia apenas a elite do país que extrai seus rendimentos dos juros da dívida pública brasileira. Neste ínterim, a perseguição a partidos e lideranças políticas que defendem as classes populares intensificou, culminando com a prisão do operário ex-presidente da República Federativa do Brasil por 02 vezes Luiz Inácio Lula da Silva, através de processo fraudulento conduzido por um juiz parcial motivado por interesses escusos sem obedecer ao devido processo legal.

A perseguição diária dos veículos da grande mídia ao segmento social que não concorda com as reformas neoliberais que descaracterizam o Estado de direito no Brasil resultou em desinformação e acumulo de ódio em parcela da população com relação à política e às instituições democráticas do país. Essa percepção social abriu flanco para a interferência de agentes políticos veteranos de extrema direita que, com um discurso conservador e antidemocrático se autoproclamou representante de uma nova política.

Indivíduos cuja percepção sobre a vida em sociedade não avançou do nível primário de civilidade, por sua vez, sentiram-se autorizados a perpetrar ataques de toda ordem aos que pensassem e agisse diferente, contrariando cláusula pétrea da Constituição de 1988 que estabelece em seu Art. 5º que todos são iguais perante a Lei no Brasil.

Por sua vez, Jair Messias Bolsonaro, político veterano pertencente ao baixo clero do parlamento nacional, após ter passado por diversos partidos políticos ao longo dos seus quase 30 anos de congresso e homenagear torturador da ditadura durante o seu voto para a retirada de Dilma, agora se apresentava como uma alternativa aos que procuravam uma “nova política” em meio aos escândalos de corrupção noticiados diariamente no país.

Com a retirada ilegal do governo eleito em 2014 e ascensão dos representantes da elite financeira ao Planalto Nacional em 2016, a desconstrução dos direitos sociais dos brasileiros teve início com a Reforma Trabalhista que precarizou a relação de trabalho e em seguida com a Emenda Constitucional 95 que limitou teto de investimento em serviços como saúde e educação, o que colapsou ainda mais políticas públicas essenciais como o Sistema Único de Saúde e reduziu significativamente os investimentos públicos na Assistência Social.

O clima de ódio e a demonização da política viabilizaram a eleição de Bolsonaro em 2018 numa disputa extremamente polarizada onde o ex-capitão que aposentou aos 33 anos nas Forças Armadas do Brasil foi elevado ao cargo de Presidente da República com 1/3 dos votos de eleitores que compareceram às urnas no 2º turno da eleição. O ex-deputado que se elegeu prometendo mudanças na relação com o Congresso Nacional, acabando com o “toma lá dá cá” que caracteriza a articulação da presidência na construção de governabilidade, após 06 meses de governo não conseguiu apresentar soluções para a economia do país que acumula recorde de desemprego e os indicadores apontam para recessão, ou seja, crescimento negativo.

O governo Bolsonaro destruiu políticas públicas estruturantes como as relacionadas à Agricultura Familiar, aos Índios, Negros e LGBT. Liberou centenas de Agrotóxicos proibidos mundialmente e ameaça entregar a Floresta Amazônica aos interesses especulativos do Agronegócio brasileiro o que tem estremecido as relações comerciais do Brasil com países que estão comprometidos com a preservação do Meio Ambiente.

Mais recentemente, o governo de extrema direita conseguiu aprovar a primeira etapa da Reforma da Previdência liberando R$ 40.000.000,00 para cada deputado que votou no projeto apresentado por Paulo Guedes. A Emenda Constitucional N. 06 desconstitui a seguridade social dos brasileiros como estabelecido no texto constitucional de 1988, levando o país a perspectivas ainda piores, principalmente, para a Classe Média e os Pobres.

Ao romper com a normalidade democrática, as forças rentistas mergulharam o Brasil no obscurantismo e, sem perceber, alguns cidadãos, inclusive das classes populares apoiam a derrocada do próprio país, onde o governo insiste em destruir as principais Empresas Públicas e vendê-las a preço de banana para o capital estrangeiro. Enquanto isso o presidente de extrema de direita alimenta a plateia com frases de efeito e disseminação do ódio entre os brasileiros.  

quarta-feira, 10 de julho de 2019

LIDERANÇA E POLÍTICA

Não se é líder de si mesmo, do contrário, de que valeria essa liderança? Todos os movimentos civilizatórios desde os mais remotos aos contemporâneos não surgiram do acaso, tiveram fundamentos iniciais e pessoas pioneiras as quais deram o primeiro passo numa determinada corrente de pensamento e ação.


Lideranças mais antigas influenciam os mais jovens, esses por sua vez, dão continuidade às ideias dos que tiveram a iniciativa primeira. Assim como a realidade não passa a existir apenas quando surgimos no mundo, os movimentos sociais e políticos, mesmo com a renovação contínua e necessária não deve abrir mão dos fundamentos iniciais, uma árvore não se sustenta sem raiz e um broto sequer chega a existir nessas circunstâncias.

Numa realidade em que a democracia é de baixa intensidade a tendência de polarização é muito maior, justamente, por esta razão qualquer projeto político que se pretende “novo”, ignorando as origens e as lideranças precursoras, estará fortemente sujeito ao fracasso. Nessas circunstâncias em que se ignora a própria raiz, se fortalece os principais adversários.

A renovação política deve ocorrer antes nas ideias e propósitos que na mudança de atores, sempre que tentarmos resetar a história seremos surpreendidos pelos fragmentos desta que estará impregnado nos sujeitos de diferentes idades que formam o povo. Em se tratando de um Estado de direito em que a sua compreensão no senso comum é rarefeita, a legitimidade dos pleitos aventureiros pode ser facilmente contestada.  

Na batalha democrática e no exercício do direito político no Brasil cujo processo de redemocratização soma apenas três décadas, compreender o papel das lideranças e a influência que exercem sobre as pessoas deve ser a primeira atitude de empreendimentos que se propõem a favor do interesse coletivo a partir das possibilidades do Estado de direito.

Quando se ignora tal conjuntura coloca-se em risco o interesse de todo um grupo de pessoas que se reúnem em torno de valores, anseios, desejos e visão de mundo. Esse axioma se aplica a todas as Unidades da Federação: Municípios, Estados e União e se não for levado em conta, sempre resultará em divisão e enfraquecimento do grupo político.

Velhinhos, jovens e crianças, além dos seres humanos adultos carregam em si, uns mais que os outros, os valores acumulados ao longo da vida, inclusive, os relacionados ao exercício da cidadania e democracia. Por isso mesmo, é grande a responsabilidade dos que se entremeiam no interesse púbico, se a ambição que o motiva se limitar à satisfação da conveniência de poucos, dificilmente, será instrumento de progresso de uma comunidade.  

segunda-feira, 1 de julho de 2019

GOLPE DENTRO DO GOLPE


Os últimos acontecimentos na cena política nacional, onde a extrema direita tem sido desmascarada quanto aos métodos utilizados para ascenderem ao poder no Brasil têm levado vários analistas a pressentirem um maior recrudescimento do sistema político bolsonarista que não respeita a Constituição de 1988 e não reconhece as instituições democráticas.


Em meio ao escândalo dos vazamentos sobre a lava jato revelados pelo The Intercept, Moro no dia 24/06 viajou para os Estados Unidos e ignorou o convite feito pelos deputados para comparecer à Câmara onde prestaria esclarecimentos aos parlamentares. No dia 25/06 o jornalista Glenn Greenwald compareceu à Comissão de Direitos Humanos daquela casa e denunciou reiteradamente a parcialidade do ex-juiz Sergio Moro.

Já no dia 28/06 o presidente norte-americano elogiou e mandou mensagem de incentivo ao presidente de extrema-direita Jair Bolsonaro: “Ele é um homem especial que está indo muito bem e é muito amado pelas pessoas do Brasil”, em seguida, no dia 30/06 acontece manifestações de apoio ao ex-juiz que, embora tenham se apresentado mais fracas que as anteriores, significa a persistência do pensamento bolsonarista em parcela significativa da população brasileira que insiste em negar a realidade num país democrático.    

Predominantemente coxinha e composta por pessoas brancas de 50 a 60 anos as manifestações do dia 30/06 pediram o fechamento do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal e o fim da política. Numa verdadeira micareta fascista a extrema-direita do Brasil sinalizou a sua disposição em golpear a democracia e para eles a prisão de Lula é uma conquista e se for revertida representará o fracasso de Bolsonaro e Moro.

A ida do ex-juiz aos EUA para visitar agências de espionagem e órgãos relacionados à justiça daquele país, justamente, quando está sendo encurralado com graves denuncias no Brasil quanto a sua atuação criminosa na operação lava jato mais a mensagem de Donald Trump a Bolsonaro no G20 e as manifestações do último domingo parecem constituir uma operação previamente orquestrada para garantir interesses escusos e, por isso mesmo, é necessário estar alerta quanto à possibilidade eminente de uma nova ditadura.