segunda-feira, 28 de abril de 2014

CULTURA DO EXTERMÍNIO

Antes de vermos no extermínio a solução mais racional para o enfrentamento da problemática dos jovens em conflito com a Lei, a sociedade deveria ser capaz de reconhecer a sua parcela de culpa na construção da realidade que temos. As pessoas crescem em ambientes cuja falta de exemplificação e práticas para o bem, a falta de amor, os molda em um contexto em que somente tendo algo, as pessoas se sentem alguma coisa. Valores equivocados, carregados de clichês disfarçados de estilo de vida, onde o propósito maior é o ganho financeiro em escala, mesmo que seja através do sacrifício de vidas inocentes.
As instituições públicas que devem ser instrumentos ativos na construção de uma sociedade menos problemática, vivem emperradas por terem à frente pessoas que são verdadeiras personificações da má fé, pessoas estas colocadas democraticamente através do voto da população, com base na educação política que possuímos até então, é muito conveniente vermos na redução da menoridade penal e construções de mais presídios, os meios mais adequados para acolher esses jovens de má inclinação no seio de nossa malfadada sociedade, ao passo que não somos capazes de compreender a implicação dos nossos próprios atos na constituição de tal fenômeno social. Vejamos o papel de um conselheiro, representante da sociedade civil na gestão de determinada política pública, por exemplo, se este não exerce com parcimônia a função delegada ao mesmo pelo Estado democrático de direito, com que moral poderá queixar-se ao ser vitima dos que foram vitimados primeiro.

                O enfrentamento mais adequado dessa problemática é através do princípio de fraternidade que permeia as nossas Leis, principalmente a Constituição de 1988, se não passarmos a encarar a justiça sob uma perspectiva que perpasse a vingança, não seremos capazes de utilizar o potencial da nossa legislação, que é, antes de qualquer coisa, humanística e solidária. É dada aos municípios brasileiros a autonomia para construir e gerir o porvir, através da descentralização da administração pública, característica que distingue a nossa democracia de muitas outras e traz o cidadão para a posição de protagonista no contexto da República Federativa do Brasil, as pessoas desestimuladas de assegurarem a prevalência de tais fundamentos republicanos, devem abster-se de ocupar cargos remunerados com impostos da população. Os desinteressados em fazer o Controle Social de uma cidade, não podem constituir conselhos gestores de políticas públicas, cujos assuntos deliberados são de interesse de toda população. 

domingo, 20 de abril de 2014

RESQUÍCIOS DE DITADURA

Políticos brasileiros mantêm verdadeiras ditaduras no interior do país, sustentadas pelo desconhecimento da população, ou seja, a não participação das pessoas é estimulada pelo Modus operandi dos governos públicos. Esse fenômeno brasileiro ocorre principalmente nos municípios pobres do Brasil, aqueles cujo perfil socioeconômico denuncia as condições de vida da maioria das pessoas. São municípios mantidos pela União em nome dos brasileiros que residem em tais Territórios, pagam impostos e elegem representantes, no entanto, as instituições públicas locais, em tal contexto, não suficientemente valorizadas.

A doutrina da apatia é exercitada desde cedo nessas ditaduras, as pessoas são ensinadas a desistir e a não acreditar na coisa pública, desde o sistema educacional falho, ao político totalmente distante dos princípios constitucionais, contribuem para o cativeiro em que milhares de pessoas são submetidas nesse imenso Brasil. Esses municípios absorvem uma grande parcela das transferências de recursos públicos e precisam responder como entes federados à República Federativa do Brasil.  

CONVÊNIOS

Cândido Sales conseguiu conveniar R$ 11.104.922,73 nos últimos 18 anos (1996 - 01/04/ 2014), desse montante, apenas 35,8% foi liberado, demonstrando uma ineficiência dos governos em realizar os pleitos conveniados. Levando em conta que a vigência dos convênios varia, de 01 a 05 anos, conclui-se que a maioria dos empreendimentos nos diversos setores públicos do município nesse período não foi concretizada.

O setor de turismo foi o que Cândido Sales obteve a maior eficiência na liberação dos recursos conveniados no período 50,4%, sendo que a maioria dos convênios nesse seguimento está vinculada à realização das festas juninas do município. Já o setor que apresentou a pior eficiência quanto à liberação dos recursos, foi a infra-estrutura, dos R$ 2.555.415,40 conveniados, apenas 7,9% foi liberado, ou seja, R$ 200.787,49, sendo assim, os governos públicos do nosso município têm demonstrado incapacidade em viabilizar os empreendimentos públicos através de convênios, o que denuncia a falta de planejamento. 



sexta-feira, 18 de abril de 2014

DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO: UM INTERESSE DE TODOS



Devo reconhecer a preocupação deste movimento sobre a insistência de lideranças políticas em propor o desenvolvimento econômico como objeto de mágica salvadora, sempre ressaltando o personalismo. Esse é o momento de sabermos se os políticos atuais estão realmente dispostos a respeitar direitos alheios, haja vista que isso, normalmente, não ocorre em nossa cidade, pois a forma como praticam a política é medíocre e isso reflete em seus projetos de poder.
No caso da cultura do eucalipto no município de Cândido Sales, é necessário olharmos o retrovisor antes de mergulharmos de vez nesses aparentes milagres econômicos, é necessário compreender que o mercado futuro é o mais arriscado, devendo as ações, investimentos, financiamentos e empenhos feitos nesse setor da economia no presente ser suficientemente seguros para não jogar dinheiro, esperanças e possibilidades fora em decorrência de um foco desenvolvimentista equivocado.
Certamente nos 1.617,522 km²  do nosso Território Municipal deva haver espaço para a cultura do eucalipto, e a implantação de indústria do seguimento em nossa região é algo positivo, no entanto, o município de Cândido Sales deve compreender que a instalação de indústria desse seguimento não está em nosso território pela nossa capacidade de fornecimento de matéria-prima. A BR116, certamente, foi fator determinante para escolha do nosso município, mas o fornecimento do eucalipto para tal indústria virá, principalmente dos municípios da região que já se consolidaram no desenvolvimento dessa cultura, como os do Norte de Minas Gerais, por exemplo.
            Além disso, é necessário que reconheçamos os erros cometidos no passado, que geraram a aniquilação de muitos projetos de agricultura familiar no município, na expectativa de ganhos rápidos e volumosos com a cultura do eucalipto, muitos produtores rurais passaram a cultivar a arvore australiana até mesmo nos “rancadores” de mandioca, o que posteriormente resultou em êxodo rural. Precisamos diversificar a nossa econômica, isso é notório, no entanto, é necessário reconhecer a incompetência dos gestores municipais ao longo do tempo em não consolidar a cultura da mandioca, neste que já foi o maior produtor dessa rica cultura em todo Brasil, dizer que este aspecto não é relevante, ao amesquinhar a importância da mandiocultura para o povo candidosalense é não está conectado com a historicidade desta população.
            A ampliação da cadeia produtiva da mandioca deveria ser o objeto de empenho do poder público local, ao contrário, deixaram a cultura empestear de atravessadores, que após ganharem dinheiro com a mandioca, abandonaram a cultura e investiram no eucalipto, nos últimos 14 (quatorze) anos, não acontece mais o Seminário Regional da Cultura da Mandioca, evento do calendário da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – UESB, que trazia os maiores especialistas do mundo para trocar experiência com os pequenos produtores locais, na oportunidade eram apresentados os sub-produtos da raiz, as novas tecnologias na alimentação animal, entre outras atividades e promoções que fortaleciam a cultura no município. Pesquisadores do mundo dirigiam-se ao município de Cândido Sales-BA, no intuito de realizar pesquisas, inclusive, antropológicas sobre a cultura da mandioca em nosso território.
            A cultura regional com a sua pujança chamou a atenção do Governo Federal para investimento na cadeia produtiva da mandioca e dentre os municípios que englobavam a região, o município de Cândido Sales era referência. Houve investimentos vultosos do Banco do Brasil aqui na região para fomentar a cultura da mandioca, adquiriram-se máquinas, implantou-se Unidade Industrial, no entanto, Cândido Sales não absorveu até então, essas oportunidades. Assim como nos diversos setores do município o planejamento ainda não ocorreu de modo a aproveitar esse potencial municipal. Atualmente o saco de farinha de mandioca, um dos subprodutos, chega a custar para o candidosalense R$ 150,00 (centro e cinqüenta reais), em uma cidade onde mais de 50% da população encontra-se em situação de extrema pobreza, deduz-se o impacto desse preço na vida das pessoas, e em muitos casos, o produto é trazido de outros municípios.
            Dessa maneira, entendemos que o debate sobre o desenvolvimento econômico municipal não deve ocorrer de maneira monocrática e partidária, pois o impacto de tais decisões incide diretamente na vida da população que a verdadeira detentora do poder político, vale salientar a necessidade de P&D na cultura do eucalipto em nossa cidade, antes de disseminá-la nas pequenas propriedades do município.               

terça-feira, 8 de abril de 2014

BRASIL: PAÍS DA CORRUPÇÃO

A corrupção, vista no Brasil como fenômeno endêmico poder ser explicada pelo próprio processo de formação do país, num contexto em que degredados de todas as partes do mundo digiram-se à Terra Nova, hoje somos o resultado desse processo iniciado em 1500 da hera Cristã, onde na ânsia das conquistas e exploração econômica das terras descobertas foram constituindo uma nação eivada pela injustiça, no entanto, funcional. As injustiças sofridas pelos povos negros, por exemplo, denuncia a lógica econômica que perdurou no país até o final do século XIX, enquanto a prática do escravismo era condenada por todas as nações civilizadas do período, o Brasil foi um dos últimos países a se libertar desta chaga da subjugação humana, lógica perversa, onde se apóia em conceitos que uma suposta inferioridade do outro justificaria tal exploração insana.
O Brasil corrupto é constituído de pessoas que determinam o seu padrão de desenvolvimento nas escolhas do dia-a-dia e, principalmente, ao eleger representantes públicos para conduzirem as nossas instituições locais, que são necessárias para o adiantamento civilizatório de uma comunidade. A corrupção atrelada a ganhos e satisfações fáceis subjuga os indivíduos desanimados, de modo a desacreditarem nas suas próprias instituições, ou seja, em si mesmo. Além de outros males e doenças sociais advindas de um contexto onde a sociedade não reconhece a si mesmo diante do que ela mesma criou, afinal, a realidade que temos hoje não é produto do acaso. Deparamos com analfabetos funcionais tomados pela ganância comandando interesses de toda uma coletividade, deputados condenados por crimes que vão desde a lavagem de dinheiro até o uso de trabalho escravo infantil, decidindo quais são as prioridades da Nação.
 A apatia política é o principal ato de corrupção do povo brasileiro, que se contenta com pouco, e vê dificuldade em exigir que se cumpram direitos objetivos respaldados por uma Constituição Nacional. Tudo começa nos municípios, onde as pessoas vivem e de onde as pessoas fazem suas projeções para o mundo e diante do mundo. Quando negamos as nossas instituições locais associando-as meramente aos políticos que por hora as dirigem cometemos um grande ato de irresponsabilidade, pois estamos sendo omissos em uma democracia participativa. Não adianta dizermos que política não presta se não somos capazes de exercer ao menos o controle social necessário para fazer tal juízo. A falta de nexo entre as atitudes e palavras das pessoas que condenam a política e os políticos no Brasil, atribuindo a estes toda a culpa da corrupção denuncia a falta de conhecimento dessas pessoas à cerca da relação existente entre política e Estado democrático de direito, esse distanciamento que as pessoas orgulhosamente preferem ter da política é um grande cinismo e em muitos casos, os mesmos que falam mal, aceitam os benefícios cedidos pelo político corrupto.    

      Vivemos um tempo de rompimento desses paradigmas danosos às comunidades do mundo inteiro, o Brasil por sua vez, e com base na legislação que dispõe não se limitará a conceitos e práticas de alguns seguimentos ilegítimos da nossa sociedade que contentam em “deixar tudo como está para ver como é que fica.”

segunda-feira, 7 de abril de 2014

INSATISFAÇÃO DO CLIENTE


Não existe maior aborrecimento para um indivíduo ou grupo indivíduos, que uma expectativa frustrada, um exemplo é quando adquirimos um bem ou serviço que não atendem as especificações e elementos de marketing com os quais foram vendidos. Situação que nos deixa com a forte sensação de termos sido lesados. Quando transportamos esse pensamento para o âmbito da política, percebemos que a reação é a mesma. 
  
O agravante no setor político é que constituímos um Estado democrático de direito e todas as pessoas dependem do bom funcionamento da máquina pública. A negligência dos agentes ao conduzir tal máquina cujo combustível são os impostos da própria população atinge diretamente àqueles que pagam para os manterem como sujeitos ativos na operação de tal engrenagem.

Essa indignação, produto da frustração gerada, se confirma ao passo que os serviços públicos essenciais não são garantidos, com constantes faltas de medicamentos e serviços de baixa, média e alta complexidade no sistema de saúde pública local, por exemplo. Se aprofundarmos a lupa a outros setores da administração pública, perceberemos, também, características nocivas ao bem comum por meio das instituições do Estado.

Essa frustração, geralmente tem reflexo nas escolhas futuras nos processos eleitorais, com mais expressão em ambientes cuja democracia está mais adiantada. Mas assim como podemos reclamar os danos ao consumidor no PROCON, podemos exigir que o funcionamento das instituições públicas locais ocorra como orienta a Legislação Vigente em nosso país.