As ações do hoje implicam
fatalmente na realidade do amanhã, essa Lei Natural se aplica a todos os
aspectos da criação e, não é diferente na política e na condução da coisa
pública, os que deturpam a funcionalidade das instituições no Estado de
direito, prejudicam as gerações futuras e põem em risco a condição de vida da
coletividade.
Os que neste momento impedem o
funcionamento adequado dos instrumentos criados para atenderem as demandas da
sociedade e mitigar o sofrimento coletivo, não estão preocupados nem mesmo com
o bem-estar dos seus no dia de amanhã.
Essa atitude irrefletida dos que
não se atentam, propositalmente, à Lei da semeadura, recrudesce o sofrimento
coletivo e gera danos sociais irreversíveis, submetendo gerações e mais
gerações à nulidade e falta de perspectiva.
No Estado de direito, onde todos
são iguais perante a Lei, a atitude deplorável dos que desvirtuam o
funcionamento das instituições locais não pode ser aceita com naturalidade,
pois ao fazer isso a coletividade também assina a sua sentença.
A crise do nosso sistema
representativo se dá mais pela quantidade de pessoas de má-fé que se encontra
na política que pelo potencial da nossa Justiça Eleitoral, quando não
valorizamos o direito político, entregamos diretrizes complexas e fundamentais
nas mãos de indivíduos que não dispõem de competência e vontade para realizá-las.
O voto do cativo não é voto
consciente, a sua escolha se dá mais pela satisfação da sua necessidade
imediata, imposta pelo cativeiro, que por projetos de longo prazo. As pessoas
que crescem alienadas ao assistencialismo e personalismo, não conseguem ver em
si mesmo a possibilidade de mudança da realidade.
No entanto, vale ressaltar que as
amarras da alienação são fictícias e não resistem à luz da verdade, de modo que
o determinismo e ausência de progresso impostos pelos maus políticos não
perduram em comunidades onde as pessoas buscam esclarecerem-se à cerca dos seus
direitos.
Os que insistem em plantar ventos
para colher tempestade e não agem com responsabilidade perante as instituições
do Estado de direito na cidade onde vivem, não estão comprometidos com o nosso
ideal de república, são verdadeiros zumbis, vivem um presente opulento à custa
da miséria coletiva, destroem o futuro dos próprios filhos satisfazendo a fome
imediata.
As pessoas que lideram em
comunidades onde predomina a insensatez são os principais culpados pelas tragédias
cotidianas de uma comunidade desestruturada moral, social e economicamente. São
esses “líderes” que serão apontados no futuro pelos que resistirão às
intempéries impostas, a eles serão atribuída responsabilização.
Não é possível obter resultados
diferentes agindo sempre da mesma maneira, e uma comunidade não avançará se os
instrumentos de progresso coletivo estiverem alinhados apenas aos interesses de
uma pequena parcela da população.
Onde fica sensatez dos que
planejam a existência com base em mandatos eletivos a cada quatro anos, ao
invés de se guiarem através de uma visão mais ampla que privilegie a
infraestrutura para o desenvolvimento da cidade? Qual será o valor que o
indivíduo, em comunidade, demonstra ao não enxergar outro interesse além do próprio?
Os maus políticos não agem
sozinhos ao semearem a desesperança no lugar, contam com o apoio de cidadãos
irresponsáveis que ignoram a imprescindibilidade do controle social e que, em
muitos casos, afirmam detestarem o “jogo sujo” da política ao passo que
compactuam com as irregularidades sem nenhum pudor.
As pessoas acostumadas a se
beneficiarem promiscuamente de projetos de poder que ignoram a Constituição de
1988, a cada dia, vêem a dignidade humana ser diluída dentro dos seus próprios
lares e não compreendem a relação causal entre as suas ações equivocadas e o
sofrimento que vivencia dentro de casa.
O funcionamento regular das
instituições municipais não se limita aos ritos burocráticos e fisiológicos
cujo principal objetivo é ser referendado pelo Tribunal de Contas, antes, é
necessário que esses documentos públicos reflitam as reais necessidades da
população.
As Leis Orçamentárias, por
exemplo, não farão sentido enquanto não forem criadas com base nas prioridades
da população e, executadas no tempo e na dimensão necessária. Nos governos de
faz de conta, o orçamento público não tem nenhuma utilidade, pois os gastos com
o custeio cotidiano não correspondem às diretrizes orçamentárias adotadas.
As ações dos governos golpistas
orbitam os orçamentos criados não havendo uma correlação entre o que está no
papel e o que está sendo posto em prática, logo, o ente federado conduzido por
esta modalidade de “governo” não oferece nenhuma garantia de qualidade de vida
para as suas populações em médio e logo prazos.
Ao concordar com o funcionamento
fisiológico das instituições locais, o cidadão também concorda em não ter
direitos assegurados no município. Se os maus políticos insistem em não
enxergar o potencial das nossas instituições, não é necessário que os acompanhemos.
O cidadão deve ser capaz de
enxergar a realidade para além da sua própria periferia, talvez a resposta para
o não desenvolvimento, ou desenvolvimento medíocre ou indigno, esteja
justamente no fato de ignorarmos o nosso papel no Estado de direito, mais
precisamente, no município do qual somos naturais.
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