Para que a percepção de que somos
brasileiros nas cidades seja fortalecida, é necessário que o cidadão se municie
de conhecimento para saber interpretar e distinguir as pessoas bem
intencionadas das que estão na política e que, simplesmente a encaram como
instrumento para satisfação de anseios próprios, a seguir as dez razões para
não eleger um político assistencialista:
1. Não acreditam na Justiça
Ao ignorarem que no Brasil, todos
são iguais perante a Lei, os maus políticos demonstram não acreditar no Estado
de direito. As instituições públicas locais são fundamentos legais que se
concretizam com base na postura dos agentes eleitos pela coletividade ao
assegurarem ou não o funcionamento destas como orienta a Constituição de 1988.
Da concepção dos Três Poderes à elaboração
de simples memorando, se ignorados os fundamentos do Estado democrático de
direito, se resumirão a escombros institucionais cuja funcionalidade denuncia
que tais mecanismos atendem a propósitos fisiológicos e ineficazes, ao invés de
contribuírem para aplicação eficiente do escasso recurso público municipal.
Essa mania dos políticos
assistencialista e dos maus políticos de modo geral, de ignorarem os
fundamentos da nossa justiça, tripudiando-a das mais variadas formas, é uma
forte razão para não receberem o apoio do cidadão consciente, que sonha em ter
direitos básicos garantidos na cidade.
2. Subestimam a Inteligência do Eleitor
Eles não se preocupam com a
relação existente entre as suas atitudes e falas com a realidade e, geralmente,
não se preocupam ao menos com o sequenciamento lógico dos seus argumentos.
Acostumados a abordar o eleitor a partir das necessidades primárias, os maus
políticos parecem não compreender que todos os brasileiros, hoje, possuem
acesso ao conhecimento.
Essas pessoas confiam na
precariedade da educação dos concidadãos, educação que fazem questão de não
assegurá-la com a qualidade que a comunidade necessita e tem direito, isso para
não ameaçar os seus projetos pessoais de poder.
Os maus políticos traem a si
mesmo ao ignorarem as possibilidades e os diversos pontos de vista existentes
em uma sociedade diversa, onde todos são iguais perante a lei. Essa atitude de
subestimar as pessoas, mesmo desconhecendo as suas idéias e opiniões, denuncia
a falta de preparo desse perfil político.
3. Não Permitem o Controle Social
Pessoas que fazem da política o
repositório dos seus anseios e fantasias pessoais de consumo, vêem no Controle
Social uma grande ameaça aos seus planos, pois é através deste que se assegura
o bom funcionamento dos mecanismos em um governo democrático.
Na contramão do país esses
políticos tentam criminalizar o controle social feito pelos cidadãos, como
orienta a constituição, pois se sentem ameaçados ao serem solicitados a agir
sob a luz da transparência. Essa cultura de omissão que é fortemente difundida
nas Unidades Escolares de municípios conduzidos por esse tipo de políticos
afasta as pessoas dos objetivos da nossa Constituição.
Ao não encarar o controle social
como prática comum e necessária em todo departamento onde se aplica recursos
dos impostos aqui no Brasil, essas pessoas demonstram não serem capazes de
levar à diante projetos que beneficiem uma comunidade de forma ampla.
4. São Contrários à Participação
Popular
Os assistencialistas vêem na participação
popular uma ameaça aos seus anseios na vida pública, não estimulam a interação
da comunidade com os órgãos do governo público, nem desenvolvem infra-estrutura
para proporcionar essa participação.
São contra a criação de grêmios
escolares e não apoiam a livre associação das pessoas para a defesa de
interesses em comum. Os maus políticos querem sempre fechar as possibilidades
da comunidade às decisões tomadas entre quatro paredes, com pessoas da sua
conveniência, ao invés de interlocutores do interesse público.
Funcionários públicos em governos
constituídos por pessoas de má-fé são impedidos de demonstrar livremente as
suas opiniões sobre os diversos temas da sociedade, principalmente, quando
essas opiniões apontarem para os equívocos praticados pelos governantes.
Ao não permitir este fundamento
essencial da nossa constituição, no intuito de garantir total domínio sobre as
instituições públicas, o mau político, entrega as suas credenciais de
incompetência para estar exercendo qualquer função em nosso Estado de direito.
5. Dificultam o Acesso à Informação
Em 18 de novembro de 2011 a
presidente da república sancionou a Lei 12.527/11, a Lei de Acesso a
Informação, essa lei dispõem sobre os procedimentos a serem adotados pela
União, Estados, Distrito Federal e Municípios para garantir o acesso do cidadão
às informações como previsto no art. 216 da Constituição Federal.
Nas cidades conduzidas pelos
políticos que barganham sobre a necessidade coletiva, não existe a preocupação
e regulamentar a Lei aprovada em 2011 (LAI), embora esse fato não bloqueie a
força da lei em qualquer parte do Território Nacional.
Nas administrações cujas
diretrizes são estabelecidas pelos maus políticos, ao contrário do que
estabelece a Lei onde o acesso é a regra e o sigilo exceção, inutilmente,
tentam afastar o cidadão de acompanhar a dinâmica da coisa pública.
Os legisladores e lideranças
políticas que se simpatizam com o método do assistencialismo, mesmo que na
condição de oposição de um péssimo governo, não mobiliza forças para exigir
junto ao Ministério Público a regulamentação da LAI no âmbito do município.
Enquanto o instrumento de Lei
orienta para a criação e desenvolvimento de uma cultura de participação, em
governos equivocados audiências públicas e os momentos de prestação de contas,
ambos obrigatórios, ocorrem nos municípios quase à surdina, pois temem ser
surpreendidos por algum cidadão participativo que não comungue com os
propósitos do governo de plantão.
Ao dificultarem que o cidadão
tenha acesso às informações públicas, esse perfil de político, não demonstra
ter boas intenções com a comunidade.
6. Fortalecem-se com a Necessidade Alheia
Os maus políticos não se
preocupam de verdade com vida das pessoas, em muitos casos, até preferem que
estas estejam sempre em condições de apuros, para que possam atuar como
salvadores da pátria, geralmente, ficando com o bônus da gratidão das pessoas
simples.
Aquela velha mania, os políticos
não fortalecem a instituições e as mune de elementos suficientes para que
tenham a autonomia necessária, porque preferem ter os cidadãos batendo às suas
portas em busca de ajudas pessoais.
Esse aspecto da política que é
praticada em muitos municípios brasileiros é o que acaba definindo o padrão da
gestão pública desses lugares. As pessoas de má-fé, cientes da fragilidade da
população local, estabelecem uma lógica inversa da proposta pela constituição
para manterem-se no poder.
Enquanto a nossa legislação
orienta para que as pessoas tenham cada vez mais a garantia de serviços
humanizados e qualidade de vida, respeitando os padrões internacionais, em
algumas cidades do Brasil querem manter as pessoas escravizadas pelas necessidades
básicas.
7. Atuam sem Planejamento e Projetos
O estrago que esta modalidade de
políticos faz ao patrimônio municipal e às contas públicas de uma cidade é
ainda mais desastroso por estas pessoas não fazerem uso de nenhum tipo de
ferramenta de planejamento, comprometidas com a realidade local.
O fisiologismo impera em seus
governos, a administração municipal se transforma em máquina da produção de
documentos-zumbis, cujos conteúdos não são coerentes com a realidade local e
que só servem para alimentar a burocracia estatal.
A peça orçamentária do município
fundamental para enfrentar os desafios locais, e que no Brasil deve ser
desenvolvida através da metodologia imposta pelas Leis Orçamentárias (PPA - LDO
– LOA). Em governos fisiológicos, esses instrumentos são elaborados
tacitamente, restringindo o seu conteúdo aos técnicos e aos vereadores, que
recebem a Lei no dia de votar.
Eles não se preocupam com o
planejamento da gestão municipal, geralmente, por terem a garantia dos altos
salários, independente dos resultados que conseguem entregar à população. Essa
falta de compromisso com acordos e projetos que tragam ganhos reais para
comunidade é forte razão para não acompanhar os políticos assistencialistas.
8. Não Estão Comprometidos com Resultados
O compromisso com resultados só é
real quando se materializa através do estabelecimento de metas e objetivos que
devem ser perseguidos ao longo de um governo, os maus políticos, se quer
preocupam em diagnosticar os problemas do lugar para o seu enfrentamento
racional.
A gestão pública conduzida pelos
políticos assistencialistas, dificilmente, consegue resolver os problemas da
cidade, justamente, por conduzirem as instituições apenas na perspectiva da
manutenção de uma burocracia infértil.
Dessa maneira, embora os recursos
cheguem aos cofres públicos a cada mês, não se materializam em qualidade de
vida para a população, simplesmente por estas pessoas não estarem comprometidas
com resultados reais para a coletividade.
A Lei de Responsabilidade Fiscal
– LRF, que deveria servir para o combate do artificialismo das contas públicas,
se quer é respeitada no âmbito das Câmaras Municipais em cidades onde se
praticam e acham comum essa modalidade mesquinha de política.
9. Não se Esforçam para Compreender o Estado de Direito
Reconhecidamente equivocados, os
políticos assistencialistas têm dificuldades em compreender a realidade
proposta pela redemocratização do país, principalmente, no Brasil profundo e
nos municípios situados nos grotões.
Nessas realidades fragilizadas
por questões sociais, econômicas, ambientais e políticas, os maus políticos são
parasitas endêmicos, pois encontram todas as prerrogativas necessárias para se
alojarem nas instituições da comunidade.
Consequentemente, os instrumentos
destinados à educação do município, que por sua vez deveriam se orientar pela
Lei de Diretrizes de Bases – LBD da educação brasileira, onde conceitos como
gestão democrática e participação social são fundamentos das políticas que
devem ser desenvolvidas no ambiente escolar. Em governos fisiológicos esse
importante instrumento de formação para a cidadania, não funciona.
As pessoas de má-fé acham muito
difícil, e “teórico”, compreender os fundamentos do nosso Estado de direito,
por sua vez, preferem criar as suas próprias versões de democracia e direito,
submetendo a população a circunstâncias onde o desrespeito a direitos é prática
comum.
10. Só Pensa no Interesse Próprio
O político assistencialista
encara a coisa pública como gênio realizador dos seus mais excêntricos desejos
de consumo e ostentação, “investem” pesadamente para passarem a compor o clube
dos eleitos.
Ao negligenciar os instrumentos
que deveriam servir para alavancar o progresso nas comunidades das quais fazem
parte, os maus políticos demonstram que as suas presenças nas instituições
públicas são, simplesmente, para garantir os seus interesses e de seus aliados,
não são munidos de nenhum espírito público ou contagiados por qualquer
solidariedade autêntica.
O egoísmo dos indivíduos que
exercem a modalidade da política golpista dentro das instituições públicas
locais está fortemente caracterizado, por exemplo, quando as pessoas públicas,
políticos eleitos e funcionários públicos, colocam os seus filhos nas escolas
particulares, ao passo que o recurso da Educação Municipal é desviado com a
conivência de todos.
É neste ponto que tem razão o
senador Cristovam Buarque ao afirmar que os brasileiros não valorizam a
educação e que compreendem como riqueza somente as coisas externas advindas do
consumo.
Quando se aceita que o recurso
para fomentar a educação municipal seja utilizado como capital de giro de uma
gestão, é o mesmo que afirmar que a nossa comunidade não está preocupada
efetivamente com financiamento da educação pública local, além do mais, no
Brasil é crime de improbidade essa prática dos maus políticos.
Conhecer as características que
compõem os políticos de má-fé deve ser o esforço de cada cidadão no sentido
deste esquivar-se das armadilhas que vêm acompanhadas dos “favores” trazidos
pelos assistencialistas.