Todo modelo de gestão, seja
público ou privado, para dar certo é necessário que funcione racionalmente. O
planejamento e adequação dos recursos do município deve ocorrer com base em
diagnósticos realistas.
A máquina pública tem obrigação
de produzir e dar resultados satisfatórios para toda a comunidade, se os
agentes políticos se vêem incapazes de realizar o pleito com base nas leis do
país, humildemente, deveriam afastar da vida pública, do contrário reciclarem-se com base na lei de 1988.
Não é uma questão de bom ou ruim,
de bem ou de mal, é questão de assegurar o funcionamento da coisa pública com
base em seu manual geral, que no caso do Estado brasileiro é a Constituição
Federal.
Na gestão das empresas privadas,
por exemplo, os clientes pagam pelo bem que consomem e recebem juntamente com
ele o atendimento de qualidade e toda uma política de fidelização no sentido de
torná-lo fiel à marca, na gestão pública brasileira, ao contrário, não estão
preocupados com a satisfação do cliente, que neste caso, é o cidadão.
Os maus políticos não estão
interessados em construir um padrão de gestão pública que empodere o cidadão,
principalmente nos municípios do interior do Brasil, são pesquisas oficiais que
constatam esta realidade, no Estado da Bahia, por exemplo, 91,4% dos municípios
não sabem administrar os recursos públicos, isso quem afirma é a Firjan,
através da análise nacional sobre gestão fiscal.
Nesse mesmo estudo fica
evidenciado que o problema da gestão pública no Brasil é de origem local, ou seja,
nas gestões públicas das cidades, não dos Estados ou da União. Um exemplo disso
é que no Estado da Bahia, que de modo geral, apresentou um IFGF preocupante, ao
mesmo tempo, possui cidades como Jaborandi, Conceição do Jacuípe, Pedrão e
Camaçari que ficaram entre os melhores resultados de gestão fiscal do
país.
Esse estudo fundamenta a causa
pela qual luta o movimento cidade nossa, no sentido de chamar atenção aos
brasileiros que assim o somos nas cidades, e que a responsabilidade de
assegurar uma vida digna à população é do poder público municipal.
O impacto de uma gestão pode ser
positivo ou negativo, depende muito dos objetivos com os quais o trabalho está
sendo desenvolvido, na administração pública, se esses objetivos não estiverem
alinhados com o que estabelece a CF/88 e a legislação do Estado de direito,
como um todo, certamente, esses impactos serão danosos à população.
Nos municípios do interior do
Brasil, tidos como grotões, a gestão desenvolvida ignora padrões de
funcionamento racional e as diretrizes estabelecidas pela Constituição, o
personalismo na política atrelado à cultura do assistencialismo são fortes
impeditivos ao desenvolvimento de boas práticas de gestão nessas cidades.
O desconhecimento e comodismo
impedem as pessoas de exercerem a função determinada ao cidadão pelo Estado
democrático de direito. A não participação dessas pessoas no cotidiano das
instituições locais gera um distanciamento entre o cidadão e seus direitos, no
final, acabam aceitando qualquer coisa oferecida pelos políticos de má-fé.
Em municípios do sudoeste da
Bahia é possível testemunhar inúmeras práticas de gestão, ou melhor, de não
gestão, que de maneira injustificável são aceitas pelos contribuintes que
assistem atônitos as suas lideranças políticas serem constantemente punidos
pela justiça por irregularidades praticadas no âmbito da gestão local, mesmo
assim, a população, passa batida.
Essas lideranças de má-fé que não
reconhecem a CF/1988 como documento de referência, demonstram desprezo pelo
direito brasileiro, e em suas declarações públicas, não hesitam em confirmar as
práticas dos seus ilícitos, além disso, após investigados e denunciados pelo MP
e condenados pela Justiça Federal, alguns desses assistencialistas se dizem
injustiçados com argumentos bizarros, verdadeiros atentados ao Estado de
direito.
É possível construir uma gestão pública de
impacto favorável em qualquer lugar do Brasil, afinal os fundamentos sãos os
mesmos para todas as cidades, no entanto, para que isso ocorra, é necessário
mudar o padrão da política praticada em alguns municípios do país.
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