Na operação Lava Jato da Polícia
Federal – PF, onde se investiga a existência de cartel entre empresas que
contratam com a Petrobrás em diversos setores e a relação destas com partidos e
políticos eleitos, a corrupção tem se apresentado como fenômeno endêmico.
Essa cultura de corrupção
identificada pelo MP Federal graças a esforços conjuntos de instituições
públicas como a Polícia Federal, Ministério Público e o próprio Poder Judiciário
é algo que nós brasileiros convivemos diariamente e na maioria das vezes
absorvemos o fenômeno com naturalidade.
Segundo o procurador federal
responsável pela Lava Jato a intensidade da corrupção no setor privado brasileiro
não é diferente do que ocorre nos órgãos públicos, e para enfrentar de fato a
corrupção será necessária uma educação que prepare os indivíduos para ser
cidadão, a cultura de participação e acesso à informação pública deve contrapor
a de omissão e negligência.
Sendo o Brasil o somatório dos municípios,
que totaliza 5.570, o enfrentamento da corrupção deve começar a partir desses
entes federados. Embora as somas vultosas da corrupção no âmbito da União seja as
que mais chamam atenção do cidadão comum, são as cifras menores, as do
município, que devem financiar o bem-estar local, é que mais impactam na vida
das pessoas, logo, é necessário que haja o incentivo à participação e controle
social nas cidades.
Enquanto aceitar com indiferença
a prática de atos de corrupção e desvios no cotidiano da cidade, absorvendo
essa realidade como se fosse natural, a pessoa estará sinalizando o seu distanciamento
do Estado democrático de direito. Justificar a si mesmo com a falsa ideia de
que os fins justificam os meios em uma realidade de corrupção endêmica não
alivia o corrupto e o corruptor da culpa.
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