quinta-feira, 9 de junho de 2016

NA POLÍTICA PODE TUDO?

Mesmo na condição de investigados pelas autoridades policiais e condenados em outros órgãos do sistema jurídico brasileiro, os maus políticos não se sentem constrangidos em se apresentarem como alternativa para a população no próximo pleito eleitoral, na expectativa de manterem-se alojados no conforto do Estado, sacrificando o interesse da maioria.



Não podemos permitir que tudo aconteça na política, pois ela não está dissociada dos interesses gerais da comunidade estabelecidos no texto constitucional vigente, ao contrário, o Direito Político que é assegurado a todos os brasileiros no Estado de direito é justamente para que seja utilizado para o alcance dos princípios e Objetivos Constitucionais.

Quando se percebe que falta no cidadão o bom-senso e a razoabilidade no exercício deste direito, cabe aos concidadãos aconselhá-lo a rever a sua interpretação acerca do exercício da política, se mesmo após isso este político insistir contrariando o bom-senso cabe a sociedade não escolhê-lo para ocupar cargo público.

Ninguém pode se posicionar como se fosse dono da COISA PÚBLICA, quando isso ocorre em uma comunidade democrática, instaura-se ai uma situação beligerante, pois sendo os recursos públicos de todos os cidadãos, logicamente, a população não continuará aceitando que o dinheiro de impostos seja gasto sem a devida transparência, muitas vezes viabilizando outros interesses que não são os da sociedade.

A República é uma forma de governo onde são necessárias três condições fundamentais para caracterizá-la: ter uma população, comunidade, interesses e fins comuns e o consenso acerca do direito. Do latim res pública, significa coisa pública, no Brasil a proclamação da República ocorreu em 1889 e, a Carta de Direitos pela qual se orienta a sociedade brasileira, logo, os munícipes, é a Constituição promulgada em 1988 que é resultado dos movimentos pela redemocratização do país que teve inicio em 1985 com o fim da ditadura militar.

Desde os primórdios da democracia que o Ocidente reconhece os princípios republicanos como sendo os mais adequados para se viver em sociedade, Sólon (638 a.C – 558 a.C), estadista e legislador da Grécia Antiga foi o responsável por criar o novo Senado com leis, por exemplo, que punia aquele que tentasse fazer-se tirano junto aos demais cidadãos.

Segundo a história em certa feita, Sólon se viu obrigado a defender a coisa pública num contexto em que a rivalidade entre grupos antagônicos dominava toda uma Cidade-Estado, de modo que, entrincheirados, cada grupo defendia o seu próprio interesse. Esses grupos digladiavam entre si colocando em risco a estabilidade do Estado, neste momento, o sábio vai à tribuna e esclarece o seu ponto de vista sobre a defesa do interesse público num contexto de conflito de interesses.

Sólon (Atenas, 638 a.C. – 558 a.C.) afirma que a coisa pública é aquele espaço inviolável, que não pertence a ninguém individualmente, mas que deve ser preservado para todos, indo mais além o sábio ilustra seu pensamento dizendo que a COISA PÚBLICA é aquele espaço existente entre lanças adversárias mesmo em ordem de batalha. Neste caso aquele intervalo entre o conflito iminente é o espaço que deve ser preservado para o bem de todos.

Os maus políticos têm dificuldades em compreender e por em prática os princípios da República, e em muitas situações, os relega ao segundo plano fazendo do fisiologismo uma prática política. Esse despotismo imposto por alguns indivíduos no exercício equivocado do direito político desrespeita o interesse público e coloca em risco o Estado de direito.

Basta fazer uma busca rápida na internet acerca dos que insistem em querer estar à frente do interesse público local, onde em suas declarações na mídia local e regional (rádio, blog e redes sociais) demonstram as suas verdadeiras intenções frente ao interesse público.

Os maus políticos não se preocupam em comunicar com a sociedade através informações inverídicas e fantasiosas, mesmo correndo o risco de serem desmascarados a qualquer instante. Outro elemento que serve para avaliar o verdadeiro interesse dessas pessoas são as decisões dos Tribunais e Cortes do país acerca dos mesmos, além dos inquéritos policiais.

Não devemos continuar sacrificando o interesse público o entregando nas mãos de pessoas que querem viabilizar apenas seus projetos pessoais através os recursos da população, isso fere princípios elementares da República Federativa do Brasil, se os maus políticos insistem em subestimar a inteligência do cidadão pousando-se de puritanos, “vítimas” da cruel burocracia estatal, devemos dar a resposta não os elevando à condição de representantes eleitos.

É necessário ignorar os maus políticos e os seus cúmplices que são cidadãos desiludidos com a República e que preferem viver da conveniência momentânea que proporciona o exercício equivocado da política, auxiliando os que exploram o povo, ao invés de contribuírem para que o interesse de toda a população prevaleça como estabelece a nossa constituição.

Na política não pode tudo essa é a realidade, principalmente, quando prejudica a maioria da população, desse modo, desconfie dos que afirmam o contrário e que fazem das instituições públicas reduto dos seus próprios interesses, não aceite as ideias dos que entendem o exercício da política descolado dos fundamentos do Estado de direito, eles querem nos induzir a esse entendimento, para que no futuro justifique através desta tese as suas manobras escusas e interesseiras.

Não é difícil identificar um projeto político equivocado, basta observar se ele preserva ou não o interesse da maioria do lugar e se assegura Direitos Básicos à população, se só atende ao interesse de uma minoria e beneficia a poucos, não vale a pena acreditar.

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