Conquista da sociedade
brasileira, o Estado democrático de direito tem dentre os limitadores da sua
efetividade no Território Nacional, a incompetência e má-fé dos que operam as instituições financiadas com recurso do contribuinte.
Direitos fundamentais continuam sendo negados
a populações inteiras, que, justamente, pelo distanciamento da compreensão acerca destas conquistas da sociedade, entregam o patrimônio coletivo,
deliberadamente, aos que se quer interessam em cumprir os manuais das políticas
públicas brasileiras.
As instituições do país, a
começar pela própria Constituição de 1988, são fortes e possuem fundamentos
republicanos e humanitários, no entanto, direitos só existem se os colocarmos
em prática, desse modo, as cidades, entes federados onde vivem os brasileiros,
devem cumprir à risca a legislação no âmbito local e as instituições devem executar
as funções para as quais foram criadas.
À medida que negligenciam
direitos e transparência na gestão dos recursos da população o município deixa
de cumprir o que estabelece a carta magna, ficando sujeito a sanções
correspondentes aos crimes cometidos, como é o caso dos posicionamentos do
Tribunal de Contas dos Municípios em relação às irregularidades decorrentes,
geralmente, da má fé e da ineficiência da gestão pública.
Esses importantes instrumentos
legais deveriam ser entendidos como ferramentas para o enfrentamento dos
desafios locais e consequentemente os do país, afinal, se é brasileiro nas
cidades.
A desigualdade e diversidade do país
fizeram os constituintes entenderem que a melhor maneira de o brasileiro coexistir
e progredir em meio aos desafios da nação é dando autonomia aos municípios para
que estes identifiquem as suas demandas e construam mecanismos para a superação
das limitações ao desenvolvimento humano local.
Essa superação só ocorre quando se
racionaliza o desafio. Se os operadores diretos dessas instituições: gestores,
trabalhadores, conselhos, vereadores e sociedade civil negam o seu papel no
Estado de direito, não haverá nenhuma possibilidade de fomentar o
desenvolvimento humano na cidade.
Um exemplo prático é o que pude
testemunhar em relação ao município de Cândido Sales-BA, por ocasião das duas
últimas conferências municipais de saúde, além de ficar claro que os serviços
são ofertados sem o devido planejamento, o controle social é incipiente devido à
falta de transparência na gestão municipal.
Nessas duas conferências a queixa
dos conselheiros eram as mesmas, a dificuldade em exercer o controle por falta
de informações estruturadas e a ausência de programas de formação que os
capacitem para o exercício desta função.
Outro aspecto mencionado pelos
conselheiros é o fisiologismo da instituição conselho, que em muitos casos, só
é acionado pela gestão municipal no momento de aprovar alguma ação do governo dado
ao seu caráter deliberativo.
São essas características que nos
levam a refletir se as dificuldades encontradas pelos municípios para
desenvolverem-se e assegurarem direitos às pessoas é por falta de bons
instrumentos ou pela negligência dos que deveriam ser atores do progresso
local.
Somente a sociedade será capaz de
romper essa situação degradante nas instituições locais, afastando os
assistencialistas do comando, pois não estão preocupados e preferem deixar as
coisas como estão para ver como é que fica.
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