segunda-feira, 20 de julho de 2015

CONTROLE SOCIAL: ESPÍRITO DE UM GOVERNO DEMOCRÁTICO

Entre as leis orçamentárias e a prestação de contas deve existir o controle social através da participação natural da sociedade nas instâncias que lhe compete e diretamente quando o cidadão confere as informações oferecidas pelo governo.


Partindo do princípio de que um governo democrático deve atender indistintamente a coletividade, fazendo o melhor uso possível dos recursos públicos existentes, a participação dos membros desta comunidade no controle social torna-se obrigatória.

Existe dessa maneira um vinculo indissociável entre o cidadão e o desfecho que tem a coisa pública, sendo os indivíduos eleitos os principais responsáveis por assegurar esse princípio constitucional.

O governo democrático deve fomentar a transparência e desenvolver programas educacionais que aproximem mais o cidadão e o próprio servidor público dos seus direitos e deveres através da participação no controle social.

Vários instrumentos legais foram criados para regulamentar o direito de acesso à informação pública estabelecido em nossa constituição, como a Lei de Responsabilidade Fiscal- LRF e a Lei de Acesso à Informação – LAI, ambas as legislações dispõem de importantes instrumentos que orientam a gestão e facilita o controle do cidadão.

Desse modo, no Brasil os municípios dispõem de instrumentos e regulação para estabelecerem esse pacto de confiança com o cidadão através da cultura de paz e da participação política de todos os indivíduos do grupo social.

Desenvolver a cultura de participação nas pessoas deve ser o compromisso dos governos alinhados aos Objetivos Constitucionais e aos Direitos Humanos, sendo, dessa maneira, além de uma obrigatoriedade legal um compromisso moral dos que ousam se colocar à frente do interesse coletivo.
 
Enquanto não existir a compreensão singela da relação existente entre controle social e os resultados que a máquina pode obter amargaremos resultados negativos ou medíocres, na maioria das vezes sem ao menos conhecer a causa.

Um controle social autêntico é o mais adequado numa burocracia fisiológica que é ineficaz para coletividade e eficaz para garantir os interesses próprios.

Se apanharmos como exemplo o município de Cândido Sales-BA para averiguar como é realizado o controle social, percebe-se que assim como em outros municípios com o mesmo perfil social, os conselheiros se reúnem mediante as demandas burocráticas do governo, principalmente, do Executivo.

Os conselhos alegam falta de condições para o exercício do controle social por não existir informações estruturadas e por não disporem de capacitações periódicas.

Os conselheiros da saúde do município de Cândido Sales, por exemplo, reafirmaram na 6ª Conferência Municipal de Saúde o que afirmaram na 5ª em 2011, são solicitados quando o setor necessita de algum aval e quando precisam de informações específicas sentem dificuldades, pois os documentos são disponibilizados em volumes e pastas de difícil acesso.

Desse modo, se até mesmo os conselhos municipais, instituições vitais, sentem dificuldade para exercer o controle social, imagine o cidadão comum de uma cidade pobre onde os serviços públicos ainda são encarados como favores e “presentes”.

Cidades que possuem mais da metade da população vulnerável à extrema pobreza, se não desenvolver mecanismos para acolher e empoderar o cidadão, tornando-o sujeito co-responsável pelo desenvolvimento local, terá de acostumar a conviver com a barbárie, aspecto que repudiamos, por conhecer o potencial das nossas instituições.

Não adianta criar os instrumentos para a participação e controle social apenas mediante o poder coercitivo da Lei, é necessário que esses instrumentos sejam assimilados pela coletividade de maneira natural.

De que adianta a cidade possuir um Portal da Transparência, por exemplo, se este não é suficientemente divulgado e utilizado como ferramenta de gestão no âmbito do governo? Se nem mesmo assegura todas as funcionalidades que possui.

No entanto, a marcha ditada pela transparência no Brasil é irreversível e à medida que a sociedade civil clama pelos seus direitos, mais efetivo se tornará esse princípio. 

À medida que os municípios são pressionados pela legislação do país, criam dispositivos que fortalecem a possibilidade de participação dos indivíduos e da sociedade, e, através dessa interação entre cidadão e máquina pública que os processos são aperfeiçoados.

O site da Prefeitura Municipal de Cândido Sales, ou seja, o Portal de Publicações do município propõe oferecer ao cidadão o acesso às informações da gestão pública, dados municipais, Serviço de Informação ao Cidadão - SIC, além de links para outros sites públicos importantes.

Atualmente o portal não garante todos os serviços a que se propõem como a Ouvidoria e o SIC, em ambos os serviços após o usuário concluir o preenchimento do formulário e enviar aparece mensagem de erro.

Essa falha ocorreu, principalmente, no Serviço de Informação ao Cidadão – SIC a que se propõe o site, ao efetuar o cadastro para gerar login aparece para o usuário a mensagem dizendo que não foi possível inserir o registro.

Na ouvidoria, no entanto, mesmo aparecendo mensagem de erro que não foi possível descrever, foi possível gerar o número da manifestação e a senha para posterior acesso e acompanhamento.

A senha e o número da manifestação funcionaram e foi possível visualizar o conteúdo da manifestação, a fase em que se encontrava, além dada limite estabelecida pelo site para que o usuário tenha a resposta que é de 48hs. Como a manifestação foi registrada hoje, devemos aguardar até o dia 22/07/2015 para constatar o funcionamento ou não desta sessão do site.

De modo geral, a ferramenta de e-SIC do município de Cândido Sales-BA está se estruturando, e ainda existem sessões a serem preenchidas como: Agenda do Prefeito, História, Assessoria de Imprensa entre outras de interesse público.

Mas é possível, mesmo no estágio atual, encontrar muitas informações relevantes no Portal de Publicação da Prefeitura Municipal de Cândido Sales. No site o usuário tem informações sobre licitação, contratos e ordens de serviço, além de links para o Portal da Transparência do governo federal, Tribunal de Contas dos Municípios - TCM e Caixa Econômica Federal – CEF.

O passo seguinte deve ser o treinamento dos servidores públicos e membros de conselhos para utilizarem adequadamente a ferramenta, de modo que estes possam fazer as análises que forem necessárias com as informações disponibilizadas.

É preciso que a participação da comunidade se transforme em hábito e cultura, desse modo, as escolas públicas devem difundir tais preceitos em suas grades curriculares, fortalecendo esse aspecto da cidadania e do governo democrático.

É necessário que os brasileiros entendam desde muito cedo a importância do controle social na garantia de qualidade de vida para as pessoas em uma democracia. Essa participação espontânea e corriqueira do cidadão é que pressionará os governos públicos a trabalharem com base na racionalidade da administração e positivismo do direito.

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