Passa ano e entra ano a realidade
local continua a mesma, sem proporcionar oportunidades de vida digna para as pessoas
do lugar. E essa letargia pode ser atribuída à má política praticada ao longo
de gerações.
A política malévola é a que
funciona sem respeitar as diretrizes do Estado brasileiro e os membros dessa
modalidade de fazer política não estão comprometidos com o desenvolvimento
local.
Pode ser considerada uma má
política a que permite que os instrumentos da sociedade sejam utilizados como
meros mecanismos fisiológicos a serviço de interesses próprios. A cumplicidade
da sociedade com os maus políticos, por sua vez, perpetua ainda mais a falta de
perspectiva da população.
Os maus políticos atribuem o
funcionamento precário dos serviços públicos à escassez de recursos, ao mesmo
tempo, não são capazes de apresentar à sociedade como os recursos estão sendo
gastos e em que momento do processo evidencia-se o subfinanciamento.
Não apresentam relatórios
setoriais convincentes e a maioria dos setores funciona sem o mínimo
planejamento, sendo assim, não é possível medir a eficiência do gasto público.
O imediatismo e ganância dos maus
políticos os impedem de enxergar o dano que estão causando aos interesses de
médio e logo prazos da cidade. Não refletem sobre a possibilidade de ter
qualidade de vida no Território Municipal.
Esse comportamento traduz a visão
curta dessa modalidade de políticos que de maneira irrefletida prejudicam
várias gerações do lugar, muitas vezes apegados a métodos arcaicos e
oligárquicos de fazer política e por meio de golpes contra a fé pública.
Os municípios onde as condições
sociais e econômicas colocam a população em situação de vulnerabilidade, nestes
é que a coisa pública deve funcionar exemplarmente, pois os contribuintes
pobres são os que mais sofrem com a ausência de serviços públicos básicos.
À medida que os maus políticos
negligenciam o papel das instituições públicas locais, principalmente, as
políticas públicas que impactam diretamente na qualidade de vida da população
como educação e saúde, deixam de construir uma realidade melhor para os que vem
depois.
Não existe nada que justifique a
prática da má política, pois é o interesse da maioria que está em jogo, sonhos e
desejos pessoais e de algumas famílias, não podem sobrepujar a necessidade
apresentada pelo conjunto da sociedade.
É para isso que existe o Estado
de direito, para assegurar a equidade que deve existir entre as pessoas no
Brasil, sendo assim, os recursos públicos precisam ser gastos respeitando
prioridades previamente identificadas através de instrumentos de diagnóstico e
planejamento.
Não é mais possível aceitar que
um gestor atribua ao acaso a não efetividade de alguns serviços públicos, sem que
ao menos seja capaz de detalhar o processo que constitui os mesmos.
A condução amadora e improvisada dos
maus políticos não é o que orienta a Constituição de 1988 e os seus instrumentos
infraconstitucionais, princípios como transparência e legalidade, estão
presentes em todo o ordenamento jurídico do país, inclusive, na Lei Orgânica de
cada Território Municipal.
Desse modo, podemos concluir que
os maus políticos prejudicam conscientemente a população quando negam
transparência e deixam de estruturar de maneira racional os serviços a serem
oferecidos.
Governos municipais conduzidos
por maus políticos, por exemplo, não estão preocupados com a qualidade de vida
da população, e muito menos com os indicadores pelos quais devem se orientar
para perseguir o desenvolvimento humano local.
Estão mais preocupados em
realizar a “contabilidade criativa”, que no caso de municípios pobres, onde o
controle social é fraco, geralmente, passa despercebida pela população com a
anuência de um legislativo interesseiro e assistencialista.
Essa nulidade administrativa da
cidade impede o município de utilizar o seu potencial como instituição pública,
de modo que encontra dificuldades quando é necessário pactuar e construir
parcerias com outros órgãos públicos e entes federados, impossibilitando,
inclusive, as parcerias público-privadas.
Um município que é conduzido sem
planejamento, certamente, não está comprometido com as gerações futuras, e ano
após ano não avança no enfrentamento das suas necessidades, sendo que as
pessoas mais pobres as mais prejudicadas, e no caso dos municípios
que tem mais da metade da população em situação de pobreza, o sofrimento é
generalizado.
Por todos os aspectos levantados,
mais a necessidade de assegurar um futuro melhor para o conjunto da população é
que os maus políticos deveriam abandonar os seus métodos sórdidos e passarem a
se orientar pelas leis do país que asseguram vida digna a todos, sendo
necessário, apenas, o seu cumprimento.
Nenhum comentário:
Postar um comentário