A forma como os fatos políticos e
econômicos do país são conduzidos pela imprensa dominante, seria menos relevante
se não impactassem tantas pessoas. Se levar em conta a precariedade da educação
dos brasileiros, a responsabilidade dessas emissoras e jornais pelas ações da
massa ignara é inconteste.
Quando desrespeita princípios
constitucionais em nome de interesses escusos, a mídia do Brasil põe em risco a
paz e a ordem nacional. A demonstração da barbárie em todos os cantos da nossa
nação é um exemplo do que pode causar as informações transmitidas por veículos
que difundem uma imagem caótica, descolada da realidade, simplesmente, para
obter uma maior audiência.
No caso da política, por exemplo,
as instituições públicas de Controle Interno e o Poder Judiciário estão
cumprindo as suas funções constitucionais, investigando com autonomia as evidências
de ilícitos que são denunciadas pelo MP, tramite normal, e que deve ocorrer
enquanto existir evidências de práticas dessa natureza com recursos públicos.
Parte da imprensa nacional faz uma cobertura descomprometida com o bom-senso
quando e divulga a ação dos órgãos de Controle Interno como reality show
policialesco.
Se não bastasse essa
característica, a mídia também é seletiva e transmite para milhares de brasileiros
que não são suficientemente esclarecidos, que toda a deficiência da engrenagem
de uma das maiores burocracias do Mundo é decorrente apenas das ações de um
partido.
Essa abordagem “ingênua” e
irresponsável apequena as discussões que devem existir, e que sempre existirá,
no sentido do aperfeiçoamento das nossas instituições democráticas. Ao ignorar
os fundamentos constitucionais em nome da reação que a pseudo-notícia pode
causar em sua audiência, a TV, por exemplo, acaba não contribuindo com o debate
autêntico para o aperfeiçoamento do nosso Estado de direito.
Essa presunção, apenas, de alguns
veículos da mídia e de parcela da população que se concentra nos grandes
centros do país, onde defendem os seus interesses ignorando o Contrato Social
que representa a Constituição de 1988, é contraproducente e só prejudica o
Brasil.
Ao invés de promover uma
discussão tacanha e personalista a imprensa nacional deveria debruçar-se na
discussão sobre a reforma do sistema político brasileiro, repercutir sobre as
suas boas consequências, inclusive, para evitar que ocorram os atos ilícitos
que a mídia tanto condena. Seria necessário lançar olhar mais realista sobre
essa relação entre poder público e empresas no Brasil.
Nos EUA o lobby é
institucionalizado, e as empresas, mantêm até mesmo escritórios fixos na
capital federal, fazem campanhas e têm livre acesso ao parlamento da maior
democracia do mundo. No Brasil, por não existir legislação que tire essa
relação entre empresa e poder público da marginalidade, somos surpreendidos com
as consequência dessa relação inevitável, que em um contexto de ausência de
regulamentação específica, da margem para ação de criminosos contra o erário
público.
Dispositivos da constituição
brasileira como o estabelecido em seu Artigo 5º, onde “ninguém será culpado até
o trânsito em julgado de sentença penal condenatória” são simplesmente
ignorados por alguns setores da sociedade, inclusive, os veículos de
comunicação, que ao fazerem isso não contribuem para que ocorra o rito
estabelecido pela CF/88, que foi escrita pelos constituintes para que tenhamos
cultura de paz e civilidade.
Os setores da sociedade brasileira,
que por algum motivo, preferem ignorar o que estabelece a nossa Carta Magna no
que se refere às garantias individuais e indispensáveis, deveriam concentrar esforços
para mudar a constituição atual, ao invés de atacar indiscriminadamente os
princípios da legislação vigente.
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